quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Que Deus abençoe a América.

AVISO: Pode conter spoilers do filme.


No Rotten Tomatoes, há uma coisa que eu uso com frequência: A lista de filmes que despertam o meu interesse. E, desde que vi o trailer, fiquei interessado nesta "comédia negra", como lhe chamam. Há algumas semanas, obtive uma cópia.

E entretanto aconteceu tudo aquilo que nós sabemos que aconteceu em Aurora, Colorado. Um gajo mais pirado da mona que o Renato Seabra entrou no cinema e matou 12 pessoas e feriu outras 50.

O problema é que James Holmes não fez aquilo que, cordialmente, Frank (Joel Murray, aqui com uma excelente performance que oculta o Eddie, da versão americana de "Shameless") e Roxy (Tara Lynne Barr, guardem o nome) fizeram, e o que eles fizeram foi um desejo que já passou pela cabeça de todos nós que vamos ao cinema: Matar aqueles cromos que falam ao telemóvel numa sala e não têm qualquer respeito por quem quer ver o filme. Já me aconteceu, já me deu vontade.

A história é simples: Frank, divorciado, recém-desempregado, com um tumor inoperável, farto do lixo que a TV lhe entrega todos os dias na forma de reality (e talent) shows idiotas (Ah, Kardashians, Teen Moms e American Idols...) e analistas políticos xenófobos (Ah, essencialmente Fox News...), e após reparar que a sua filha se tornou em mais uma adolescente mimada (praí aos 8 anos, como é habitual actualmente) decide-se suicidar.

Mas os problemas de primeiro mundo enervam-no. Quem raio quer saber do carro errado ou do telemóvel errado? Porque é que a prostituição televisiva é tão importante? Porque é que se promove o medo?

Bobcat Goldthwait (realizador, podem conhecê-lo como Zed nos filmes 2, 3 e 4 da "Academia de Polícia"), tem aqui um filme bom. Que questiona os EUA e a cultura pop que nos tentam impor através de reality-shows que nada têm de reality ou de programas caça-talentos que se focam nos cromos. Um "justiceiro" e... Uma rapariga de 16 anos que pode muito bem ter futuro como psicopata.

Vejam. Começa negro, mas vai-se tornando mais leve. E qualquer semelhança com "American Dreamz" é pura coincidência.

Confessem lá: Nunca tiveram vontade de fazer algumas das coisas deste filme a várias pessoas?

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